http://www.brasilpost.com.br/jill-di-donato/mulheres-notaveis-sobre-feminismo_b_6248002.html?ncid=edlinkushpmg00000008

Precisamos de um feminismo que não tenha medo de amar. Precisamos ter cuidado ao consumir cultura. Precisamos nos defender quando nos sentimos acuadas enquanto mulheres. Precisamos lembrar que palavras machucam; palavras nos colocam em risco. Precisamos conversar umas com as outras, especialmente sobre assuntos que nos deixam pouco à vontade. Precisamos falar com as crianças sobre feminismo, tenhamos filhos ou não. Se decidirmos ser mães biológicas, precisamos conhecer as opções de parto disponíveis. Quando tivermos filhos, precisamos falar com eles sobre o trabalho das mulheres nos anos 1960 e 1970 que lutaram por muitas das liberdades de que desfrutamos hoje. Precisamos de dinheiro; a igualdade econômica é o ideal, mas não é compatível com o capitalismo, então aceitamos salários iguais para trabalhos iguais. Precisamos de corpos: o seu, o meu, os corpos de nossos irmãos e irmãs. Precisamos lembrar que existe uma ideologia. E que essa ideologia é sólida, apesar de divergências em relação aos detalhes. Para mim, esses são os objetivos do feminismo. As mulheres a seguir explicam melhor que eu, e com mais detalhes. Mesmo que você ache que essa mensagem é conhecida, leia de novo. Leia o que dizem essas mulheres, porque, apesar de as histórias não serem novas, elas merecem ser repetidas.
Noções
Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.
Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.
Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.
Virei-me sobre a minha própria experiência, e contemplei-a.
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.
Ó meu Deus, isto é minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera…
Cecília Meireles )
Quarto Motivo da Rosa
Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
Cecília Meireles )
quero-quero

quem disse que eu quero?
eu nem sei querer
não sei ficar
e também não sei partir

também nem sei, se sei o que quero
só sei muito bem o que não quero
e o que é mesmo que voce tem para oferecer?
(isso que eu nem quero, nem paro de querer)

quero todos os dias. quero de vez quando. quero mais ou menos. quero outras coisas. quero do jeito que está, só que de outro jeito. quero acreditar e quero fugir dali.
e o tanto que eu quero de mim, que nem espero de voce?

e voce, sabe o que quer?

Compartilhando aqui essa reflexão, com a qual concordo quase que integralmente: De Mulheres Comuns e Safadas